Desde que foi criada e estruturada por Bert Hellinger, a abordagem da Constelação Familiar vem ganhando força dentro das técnicas terapêuticas. E não é para menos: ela é uma ferramenta de trabalho que, quando aplicada, é capaz de promover uma verdadeira transformação para aqueles que aceitam emergir nesse oceano de força e conhecimento.
Uma das grandes vantagens dessa abordagem, é a sua comprovada eficácia no atendimento individual do cliente, mas que não se restringe a apenas esse espaço. A abordagem da Constelação Familiar traz enormes avanços em trabalhos em grupo e até mesmo em consultorias, como a organizacional, por exemplo.
Para quem ainda não é familiarizado com as Constelações, ela busca compreender os padrões familiares sistêmicos que não foram necessariamente vividos por nós, porém que atuam em nossa vida, fazendo com que tenhamos ações e comportamentos baseados nesse funcionamento.
Constelar então, por sua vez, significa trazer à consciência esses padrões e romper os ciclos que tanto atrapalham nossa vida, permitindo atingir o equilíbrio novamente.
Um dos pontos mais interessantes da abordagem Constelação Familiar, é que ela pode ser aplicada por profissionais das mais diversas áreas, que devidamente treinados procuram por formas mais assertivas de liberar seus clientes para alcançarem os movimentos necessários rumo à resolução de seus problemas.
Mas, para quem ainda acredita que é só mais um tipo de terapia, acaba se surpreendendo positivamente: o trabalho estruturado por Bert Hellinger está ganhando cada vez mais estudos científicos, e seus benefícios são comprovados por milhares de pessoas que foram submetidas a esse trabalho, seja ela no âmbito do tratamento individual ou em grupo.
Agora, está na hora de saber um pouco mais sobre essa abordagem e como aplicá-la com seus clientes. Vamos embarcar nesta descoberta, juntos?
Aplicando a abordagem Constelação Familiar Sistêmica com seus clientes em terapia
A partir de agora, vamos demonstrar o que você precisa conhecer e compreender, antes de aplicar a abordagem Constelação Familiar com seus clientes. Para isso, é fundamental que seja compreendido O QUE NÃO É Constelação Familiar Sistêmica.
É preciso que para o cliente fique claro que trata-se de uma abordagem fenomenológica, que abarca também compreensões de várias áreas do conhecimento científico, como a Filosofia, Biologia, Psicologia, Física e tantas outras áreas afins, que ampliam o entendimento sobre os movimentos essenciais e surpreendentes revelados durante uma constelação.
Não existe adivinhação, percepção sobrenatural, nem nada do tipo. Elucidar essa questão para o seu cliente, é fundamental para que ele consiga desfrutar de todos os benefícios e do real tratamento dessa poderosa abordagem.
A partir dos próximos tópicos, vamos lhe ajudar a mergulhar ainda mais nessa poderosa técnica para auxiliar a sua compreensão sobre alguns itens fundamentais para que alcance sucesso no resultado da aplicação em seus clientes. Além disso, você vai entender melhor qual é o seu papel e como deve ser a sua postura de Constelador.
Ordens da Ajuda
Além de ter o importante papel de fazer com que o cliente perceba o que realmente é a abordagem Constelação Familiar, você como profissional de ajuda deve iniciar seu próprio processo de autoconhecimento. Só assim saberá qual é o seu verdadeiro lugar nessa relação terapêutica.
Um terapeuta sente em si a missão de servir seu cliente, usando seus conhecimentos e técnicas para isso. Porém, observa-se com frequência que muitos profissionais acabam se colocando em um lugar de risco, ao assumirem para si uma dor que não lhes pertence.
Para elucidar esse tema, Hellinger estruturou as 5 Ordens da Ajuda, confira:
- Dar apenas o que se tem e pegar para si, somente o que se necessita;
- Submeter-se às circunstâncias e reconhecer a realidade e suas limitações;
- Colocar-se diante do cliente como um outro adulto;
- Requer a empatia do ajudante focada mais no sistema como um todo do que exclusivamente no cliente;
- Amor a cada ser humano do jeito que é. Colocar todos no coração.
Com elas, o psicoterapeuta perceberá que é o cliente quem tem as respostas às suas dores da mesma forma que tem os recursos para encontrar o melhor caminho de solução às suas próprias questões.
O lugar do terapeuta é de facilitar a percepção do cliente para conectar-se com sua própria força. Ele deve se ater ao seu papel, ser apenas uma “lanterna”, guiando o cliente a trazer à consciência seus sofrimentos e assim cortar os ciclos que o mantém nesse estado.
Agora você pode entender melhor sobre o seu papel e como se manter em uma postura consteladora. Continue a leitura e conheça como aplicar a abordagem nas suas terapias:
Casos em que a Constelação pode ajudar seus clientes
A Constelação Familiar é uma terapia breve, ou seja, não exige o acompanhamento rotineiro e prolongado, como outras terapias exigem. Por agir diretamente na situação que está causando desconforto e atrapalhando a vida da pessoa, ela permite que o tratamento seja focal e assertivo.
Porém, existe uma dúvida muito comum na cabeça dos terapeutas e dos clientes. Quais são as principais situações nas quais a abordagem Constelação Familiar pode ser aplicada?
Relações familiares: o uso mais conhecido é para lidar com questões disfuncionais nos relacionamentos, sobretudo com os pais, irmãos e companheiros que impedem a alegria e paz. O trabalho lança luz sobre esses complexos vínculos que são formados nos sistemas familiares. A aplicação da técnica nesse caso, visa trazer a luz esse emaranhado de sentimentos e dores.
Questões organizacionais: muitos também procuram as constelações para resolver problemas de ordem profissional, bem como situações específicas de empresas, organizações, revelando aspectos sistêmicos que estejam impedindo o crescimento e sucesso das empresas.
Saúde: Muitas doenças de ordem física e emocional são denúncias, fidelizações a destinos difíceis do sistema familiar. É importantíssimo o trabalho de liberação que as constelações oferecem, em um movimento de auxiliar nesse processo de recuperação, junto às diversas áreas da saúde, como a medicina, psicologia, psiquiatria e outras.
São diversas as profissões que podem ser beneficiadas com o uso das constelações, primeiro através do desenvolvimento de uma postura de observância às três leis da vida que são o alicerce deste trabalho, e depois sua aplicação consciente em seu fazer profissional, na realidade de seu dia-à-dia.. Direito, educação, saúde, organizações, seja onde for que exista serviço a pessoas, lá se torna aplicável essa abordagem transformadora.
Agora, está na hora de elucidar qual é a real postura que um constelador precisa ter para obter sucesso com essa terapia breve.
A postura do Constelador
Para Bert Hellinger, o sucesso no tratamento e na utilização da Constelação Familiar só é possível quando o profissional consegue renunciar a opiniões e valores pessoais, “acolhendo” o cliente em sua totalidade.
Essa é uma postura que exige do profissional de ajuda um constante aprimoramento, onde manter-se atualizado é fundamental.
O Constelador é constantemente desafiado em sua própria história a viver sob a ótica das três leis da vida. Desafio que deve ser levado muitíssimo a sério quando se escolhe servir como Constelador. Por esse motivo, é fundamental manter-se atualizado, em busca de conhecimento e aprimoramento.
Abordagem Constelação Familiar: Atendimento e exercícios Sistêmicos
Os exercícios sistêmicos são atividades que permitem ao terapeuta utilizar ferramentas de apoio ou ainda que auxiliam a obter breves insights da situação do cliente. Podem ser usados nos processos terapêuticos ou mesmo em cursos e treinamentos.
Atendimento individual com uso de âncoras (bonecos, figuras e outros ícones).
Uma das maneiras de se aplicar as técnicas de Hellinger, é através do atendimento individualizado, utilizando âncoras que possam representar facilmente o tema abordado.
Os objetos usados são colocados na sessão, de maneira que possam ser apropriadas pelo cliente como parte da sua história.
O profissional deve iniciar o trabalho fazendo perguntas que o permitam entrar no campo familiar. De acordo com as respostas, o cliente se utiliza das figuras/bonecos para representar na realidade a situação que precisa ser tratada.
Além desta ferramenta, existem outras que podem colaborar com a preparação do facilitador e do cliente nesse processo da Constelação.
Ferramentas práticas preparam o constelador para seu trabalho como facilitador.
Além de uma excelente Formação como Constelador por instituições competentes para tal, algumas áreas contribuem enormemente para a preparação do facilitador, como conhecimentos de comunicação, neurolinguística, psicologia, psicogenealogia, novas abordagens da medicina, física, filosofia, biologia.
Citaremos aqui apenas algumas para que você se sinta desafiado a mergulhar nesse universo de serviço que a Constelação nos leva a experimentar. Não são conhecimentos “obrigatórios”, mas totalmente pertinentes àqueles que decidem viver o trabalho como Consteladores.
A Meditação: é uma prática milenar, que permite ao indivíduo olhar para dentro de si, iluminando a si mesmo com o próprio olhar. Prática muito necessária ao constelador para encontrar centramento e capacidade em se afastar da intenção e interpretação.
A psicogenealogia e seu genossociograma, um método para conhecer a história familiar do cliente, é uma ferramenta que permite explorar quais são as representações simbólicas entre os membros da família.
Dessa maneira, é possível entender muito mais profundamente a história familiar do cliente. Não é utilizada na Constelação, mas é referência de entendimento para as lealdades invisíveis que são reveladas no trabalho.
A Contoterapia: é uma técnica de Storytelling, na qual o terapeuta utiliza contos para acessar de forma sutil, leve e simbólica, diversas manifestações de comportamentos desajustados e emoções destrutivas do cliente e, assim, ressignificá-las. O Constelador, ao utilizar histórias que surgem como resposta aos movimentos do campo de informações do cliente, potencializa a liberação dos emaranhados e a resolução dos conflitos de forma lúdica e profunda.
A abordagem permite o uso de diversas técnicas e ferramentas poderosas, além de oferecer um método de terapia breve, porém que desperta para que o cliente encontre a sua própria força, fazendo com que os resultados sejam prósperos.
Conte para nós, após a leitura deste artigo, como está a sua percepção sobre a abordagem Constelação Familiar?
Nesta leitura, abordamos o que o Constelador precisa entender antes de decidir viver a postura necessária para ser, de fato, um constelador. Vimos também quais suas principais aplicações e que há exercícios simples que podem potencializar a eficiência de seu trabalho como profissional de ajuda.
A abordagem Constelação Familiar permite transformar a vida do cliente, bem como seu entorno, na medida em que sua mudança alcança o outro. Terá sucesso o profissional de ajuda que souber contribuir respeitando as Ordens da Ajuda.
Você viu também que é fundamental que o Constelador se mantenha sempre atualizado e comprometido com seu próprio desenvolvimento em constante aperfeiçoamento, pois a vida é fluxo, está sempre em movimento, assim como o conhecimento.