Homens e Mulheres são equivalentes por Bert Hellinger

homem e mulher fazendo coração com as mãos

Bert Hellinger trouxe para o mundo o conceito das Ordens do Amor, leis que para ele são tão arcaicas quanto nós mesmos. São leis da vida que regem os relacionamentos humanos, em todos os seus níveis.

Quando ele fala sobre o tema do RELACIONAMENTO DE CASAIS, cita vários pontos onde podemos nos emaranhar e colocar em risco nossas relações. Entre eles, talvez o mais comum e mais perigoso seja a postura de esperar, cobrar ou exigir de nosso parceiro aquilo que não recebemos ou não aceitamos receber de nossos pais.

Quando fazemos isso, saímos do lugar de pessoa equivalente – diferente, mas tão importante quanto o outro – e nos colocamos em situação inferior ou superior ao nosso parceiro. Se estamos no lugar da cobrança e da reivindicação, estamos tentando transformar inconscientemente nosso parceiro em PAI ou MÃE, nos comportando como CRIANÇAS. 

Se vamos para o lugar daquele que quer oferecer o que o outro exige, transformamos nosso parceiro em FILHO/A e nós mesmos vamos para o lugar de PAI ou MÃE. Em ambos os casos, há uma quebra de uma Lei e o relacionamento perde suas chances de dar certo e levar ambos a um outro lugar, o do crescimento de um através do outro.

Este belíssimo texto de Hellinger ilustra bem esses princípios:

“As Ordens do Amor entre o homem e a mulher são diferentes das Ordens do Amor entre pais e filhos. Por isso, a relação do casal sofre abalo e fica perturbada quando o casal transfere irrefletidamente para ela as ordens do relacionamento entre pais e filhos.

Se, por exemplo, numa relação de casal, um parceiro busca no outro um amor incondicional, como uma criança busca em seus pais, ele espera receber do outro a mesma segurança que os pais dão a seus filhos. Isso provoca uma crise na relação, fazendo com que aquele de quem se esperou demais se retraia ou se afaste.

E com razão! Pois ao se transferir para a relação de casal uma ordem própria da infância, comete-se uma injustiça para com o parceiro. Quando, por exemplo, um dos parceiros diz ao outro: “Sem você não posso viver” ou: “Se você for embora eu me mato”, o outro precisa se afastar, pois tal exigência entre adultos no mesmo nível hierárquico é inadmissível e intolerável.

Já uma criança pode dizer algo assim a seus pais, porque sem eles realmente é difícil sobreviver. Inversamente, se o homem ou a mulher se comporta como se fosse autorizado a educar o parceiro e tivesse a necessidade de fazê-lo, arroga-se em relação a alguém que lhe é equiparado, direitos semelhantes aos dos pais em relação aos filhos.

Neste caso, frequentemente o parceiro se esquiva à pressão e busca alívio e compensação fora do relacionamento. Portanto, faz parte das Ordens do Amor na relação entre o homem e a mulher que ambos se reconheçam como equivalentes. Qualquer tentativa de colocar-se diante do parceiro numa atitude de superioridade, própria dos pais, ou de dependência, característica da criança, restringe o fluxo do amor entre o casal e coloca em perigo a relação.”

Trecho extraído da obra de Hellinger, “O amor do Espírito”.