Pedagogia Sistêmica: Uma carta para Marianne Franke-Gricksch

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A pedagoga alemã Marianne Franke-Gricskch, referência mundial em Pedagogia Sistêmica, ministrou um excelente curso, onde representantes do Raízes Instituto estiveram presentes.

Durante o curso, que se estendeu por cinco dias de muito crescimento e aprendizado, Marianne compartilhou suas experiências com as Constelações de Bert Hellinger dentro das escolas e também no atendimento de professores e famílias.

Essa aplicação da Constelação Sistêmica de Bert Hellinger tem se tornado um novo norte para professores e educadores em geral, especialmente aqueles que encontram problemas dentro da sala de aula, seja com o comportamento de alunos ou a dificuldade dos mesmos em aprender.

Sonia, cofundadora e docente do Raízes Instituto, impressionada com sua experiência com Marianne decidiu escrever uma carta com toda a riqueza de ideias que chegou até ela naquele evento.

Compartilhamos com vocês as palavras da Sonia dirigidas à Marianne, e que podem ecoar no coração de todos nós que servimos à vida através da educação. Leia abaixo:

Ser aluna de Marianne Franke é experimentar uma das Faces da Graça de Deus.

Fomos inundadas de gratidão pela vida.
Como diz a poesia:
“Graças pela vida que tem nos dado tanto…”
O que é felicidade?
Essa é a pergunta do nosso coração?
Assim Marianne pergunta:
– Onde ficou seu coração?
Sim, onde ele ficou?
Lembrei da expressão grega ‘Macários’ que significa: “Feliz espiritualmente”.
Aprender com Marianne a escolher com o coração, um caminho que está dentro e não fora.
Encontrar o que procuramos e permitir que o que nos procura há anos possa nos encontrar também, como afirma uma de minhas escritoras favoritas, Clarissa Pinkola Estes.
‘Macário’, feliz é aquele que se dispõe aprender sempre.
Aquele que se encontra alerta, aberto, inconcluído, inacabado.
Com amor e na condução de Marianne, fomos aprendendo a saber acolher o que é bom.
Humildes de espíritos são os ensináveis. São príncipes e princesas, somos todos principiantes.
Os humildes são felizes, porque choram, porque se importam mesmo com a dor do outro.
Vivemos isso a cada Constelação ao lado de Marianne…
Com ternura e firmeza, sua condução despertava em todos o desejo de tirar a ignorância para aprender a acolher a graça da vida.
Despedir-se do amor infantil, amor que cega, que não conseguem ver o ouro nas mãos.
Com sensibilidade, toques de emoção, acompanhadas por ela, fomos nos dispondo a dar mais um passo.
Seguimos passo a passo, andando sempre com a alma em estado de “pura consolação”.
Isso é felicidade!
Com mansidão, autocontrole de mestre, Marianne nos alertava:
Respire…
Respire…
Respire…

Nada é tão urgente que não possa esperar o mover da alma, o mover do coração.
O silêncio, o esperar chegava com a força do seu autocontrole.
Sabiamente, na hora certa Marianne expressava o que todos esperávamos há anos.
Assim ganhávamos palavras de liberação, palavras limpas, sem fantasia ou ilusões.
Com uma visão limpa e clara, Marianne nos ensinava que felicidade é ter prazer no que se é, e no que se tem.
Nossos pais, nosso maior bem. Nada mais é tão importante ou maior.
Marianne nos ensinava a abraçar o que existe e não o que não existe.
Assim, com a graça da consolação, o que foi por cada um de nós construído com enganos e nas ilusões, cessam, se diluem.
Ouvimos tantas vezes:
Tome tempo…
Tome tempo…
Tome tempo…

Acabou.
Basta.
Nunca é tarde para recomeçar.
Temos mais uma chance.
Assim é a vida.
Gratidão pelo tanto que ganhamos…

Por Sonia Farias
Escrito para Marianne, ao final do Seminário Pedagogia Sistêmica.
Realizado em Curitiba 23 a 27 de outubro 2015.